Monday, March 14, 2011

Uma foto Legal


"Difícil fotografar o silêncio.

Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. 
Eu estava saindo de uma festa,.
Eram quase quatro da manhã. 
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. 
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada. 
Preparei minha máquina de novo. 
Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. 
Fotografei o perfume. 
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. 
Fotografei o perdão. 
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. 
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre. 
Por fim eu enxerguei a nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. 
Fotografei a nuvem de calça e o poeta. 
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
Mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal."

Sunday, March 6, 2011

Alergia a doces


"Still these allergies remain

My hand can't touch a guitar string
My fingers just burn and ache
My head intercedes with my bodily needs
And my body won't give it a break
My heart can stand a disaster
My heart can take a disgrace
But my heart is allergic
To the women I love
And it's changing the shape of my face
Allergies.

Open up it's me again
I go to a famous physician
I sleep in the local hotel
From what I can see of the people like me
We get better
But we never get well
So I ask myself this question
It's a question I often repeat
Where do allergies go
When it's after a show
And they want to get something to eat?
Allergies."

Soul music